sexta-feira, 21 de maio de 2010

A morte e o erro

Dentro do caixão
Restaram apenas os ossos
Roídos pelos vermes
Lambido pelas bactérias
Uma vida interrompida
“Foi a vontade de deus”
Assim dizem os conformistas
Ofertam consolos que não satisfazem
A morte veio e o levou
Não por vontade divina
Pois a divindade não é
E nunca foi
A morte veio do erro
Da escolha errada
Do descuido e da falha
Ele trouxe a morte para si
Naquela estrada
Tomada pela noite
Em momento chuvoso
Com o álcool no sangue
Ele esqueceu a consequência de seu ato
E tudo foi quase imediato
Com seu erro foi extraviado
A vida se tornou um hiato

3 comentários:

  1. Perfeito amore!

    Muito bem elaborado...
    Uma das coisas que mais nos encomodam
    realmente é o tal do conformismo... Se deixar
    levar por simples palavras que acusam o tal deus como sendo o justiçeiro, e que foi feita a sua tal vontade...

    Falta de questionamentos... de pensamentos. É isso que dá.

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  2. Marius,

    Eu sumi, mas voltarei em breve comentando seus textos aos quais aprecio muito.

    Abraço.

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  3. Esse texto é ótimo. Você sabe mesmo falar sobre a morte e gostei da abordagem sobre a letal mistura de álcool e direção automobilística.

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