quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Viver...


As turbulências da vida
Esta viagem tão inconstante
Cada passo sufocante
Afundando em agonia
As mãos infernais
Puxam-me para baixo
Curvando-se diante da cova
Um cadáver me observa
Envolto em vermes antigos
Me observa

Com a escuridão do que um dia
Foram olhos verdes
Um reflexo de mim mesmo
Apodrecendo
A lápide marca a data final
Mas estou cego para ela
Uma data oculta
Indefinida e apagada pelo tempo
A data que não saberei
Nasci, logo morrerei

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Sociedade...


O vento percorre as montanhas
Chega até minhas narinas
O aroma vindo de lugares distantes
De lugares que não são como antes

O vento chega até mim
Encostando-se a meu rosto
Vejo a tristeza da humanidade
A decadência desta sociedade

As supostas autoridades se espalham
Hierarquização daquilo que não é
Combatem-se as diferenças sociais
Mas criam-se nomes disfarçados: “hierarquias”
Segregação que se espalha com um nome bonito
Maquilagem empresarial

Perde-se a liberdade e os reais objetivos
Pois na hierarquização, preza-se pelos objetivos pessoais
Daqueles que estão acima, nestas cadeias hierárquicas anti-naturais