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domingo, 5 de abril de 2015

sábado, 14 de dezembro de 2013

Alegorias da Morte V

Poema integrante do livro Alegorias da Existência, de Marius Arthorius.



Pulsos rasgados
Coração perfurado
Movimentos proibidos
Ó deus por que não me salvou?
Mestre dos mestres
Tão morto
Como todos os mestres
Palavras distorcidas
Esquecidas
Levadas com o vento
Destruídas com o tempo
Um deslize, uma morte
Uma moeda para o transporte
Rumo à inexistência
Um sorriso ao coveiro
Um abraço para a escuridão

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Alegorias da Morte I

Poema integrante do livro "Alegorias da Existência", de Marius Arthorius.
https://clubedeautores.com.br/book/132889--ALEGORIAS_DA_EXISTENCIA#.UpcYV-J0nkJ 



De dentro das catacumbas leviatânicas
Um sopro de inverno dos mortos que ascendem
Dançam alegres bebês
Enforcados em seus cordões umbilicais
Ao som de estupros necrofílicos
Sou um cadáver que te banha em podridão
Eis me aqui jogado ao chão

O senhor dos Céus caiu por terra e morto agora ele jaz
Reino de mentiras que chega ao fim
A estrela da manhã renasce... brilhe! Viva!
Por detrás dos montes da vida chegam as luzes da verdade
Queimando as vidas dos cordeiros cegos
Contorcionistas das dores
Retorcem-se sobre suas covas coletivas
Ubi dubium ibi libertas... assim proclamaremos!

Preparamos a exumação
Daquilo que não deveria retornar
Mas em todos os corações há de sempre estar
Meu coração já não pulsa... é gelo, é escuridão
É teu fim certo, lento e sofrido
Névoas da escuridão rodeiam minha inexistência
Enquanto cinzas quentes queimam tua vida fraca
Você brinca com teu coração pulando sobre uma faca
E quando se der conta não saberá qual o teu berço
Será abortado de teu quente lar
Na cova coletiva de todos os não-vivos
Ali eternamente teus restos permanecerão
Em meio ao vazio e ao nada... apenas silêncio e escuridão

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Conto: Nunca irrite um escritor

Conto: Nunca irrite um escritor

Este conto faz parte livro Deicídio, de Marius Arthorius, e possui registro de direitos autorais junto à Fundação Biblioteca Nacional seu uso total ou parcial para qualquer finalidade comecial ou não, sem autorização do autor implicará em medidas cabíveis previstas em Lei.




- Aqueles malditos, como poderiam eles compreender a grandiosidade de meu trabalho? Eu precisava de paz e sossego, aquela algazarra toda só atrapalhava minha concentração. Agora eu tenho esse lindo silêncio que me envolve e me acolhe. Posso realizar minha grande obra sem perder o rumo certo. O quê eu posso dizer? Algumas vezes precisamos tomar uma atitude um pouco mais agressiva, avançar algumas regras antes que um mal maior aconteça. Se para existir paz é necessário usar a força, se é isso que ocorre ao redor de todo o mundo, aqui também não foi tão diferente. Aqueles seres malditos, inferiores por sua natureza precisavam aprender uma lição. Eu como um bom escritor, estando inúmeros patamares acima deles em conhecimento precisei tomar as rédeas e parar aquele estouro de boiada.
. . .

Um dia antes...
- Pequenas crianças, pequenas crianças, cordeirinhos e cordeirinhos, aí vai o lobo mal. Vocês podem correr e correr, mas nunca conseguirão se esconder. – O cabelo desarrumado atrapalhava sua visão, o suor escorria pelo rosto e pelo pescoço, com a marreta suja de sangue e presa firmemente em suas mãos ele procurava seu alvo. Havia dias que ele queria apenas sentar-se ou deitar-se em algum recanto de sua casa para terminar mais um livro que ele estava escrevendo, apenas mais um livro a ser registrado e publicado, mas sem leitores, ninguém além do próprio autor leria aquelas páginas. Há anos ele já cultivava o pensamento de que escrevia para si mesmo, sem se importar em ter um público alvo e sem querer qualquer tipo de lucro com suas obras. Ele apenas escrevia, era isso, mais nada.
Nos últimos dias ele tinha cansado da baderna infernal criada pelos vizinhos que se afogavam em bebidas, música de má qualidade e promiscuidade. Cansou de todos os xingamentos de baixo calão, do sexo explícito nos quintais e varandas das casas, cansou das músicas, do cheiro de vômito alcoólico. Cansou de tudo.
Ele não queria mais ser pisoteado por pessoas que não possuem uma cultura própria e que vivem de seguir as ondas da moda com carros enfeitados com inúmeras caixas de som produzindo sons desconexos, homens e mulheres deformados por anabolizantes e cirurgias plásticas. Ele mostraria que estas pessoas estavam enganadas, que elas não eram superiores. A raiva mostraria sua supremacia diante do modismo. A atual festa tinha ocorrido em sua casa, rodeada por altos muros e portões trancados a sete chaves, os sobreviventes tinham tentado inutilmente se esconder em algum recanto da casa.
Passando pela sala e ainda ofegando com a adrenalina de alguns assassinatos cometidos ele se aproximou do aparelho de som para mudar a música. Tirou aquelas malditas batidas remixadas e letras de música sem sentimento. Colocou para tocar um CD com um heavy metal de vozes guturais e acordes desconexos que o faziam delirar por todos os recantos de sua imaginação. Fechou os olhos e inspirou profundamente erguendo levemente a cabeça e os ombros, após, sorriu.
Foi quando atrás de si apareceu uma mulher jovem apenas de biquíni, tremendo com o frio noturno, chorando com secreções escorrendo de seu nariz.
- Por favor, por favor, não me mate! Perdoe-me por ter jogado seus livros na churrasqueira, foi errado, mas era apenas uma brincadeira basta comprar outros. Você não pode passar a vida inteira apenas lendo e escrevendo, você tem que curtir a vida! Por favor, não me mate, eu faço qualquer coisa! – disse a mulher se ajoelhando no chão com as mãos entrelaçadas em preces inúteis.
- Curtir a vida? Foi isso que você disse? Quem é você para me dizer como eu tenho que viver? Sua pequena formiguinha, pequena formiguinha, é isso que você é. Nada mais, apenas serve os objetivos da colônia, vive aos moldes da colônia. Sabe, eu gosto de formigas, admiro muito a organização delas e o fato de não precisarem pensar muito. Apenas seguirem seus comportamentos pré-determinados e sempre ditados por alguma autoridade. Só que há um problema, quando uma formiga me morde, eu a elimino. É um instinto defensivo, fazer o quê. E você me mordeu dolorosamente formiguinha. Você desprezou meus livros, minhas leituras e meus escritos! Todos vocês têm desprezado meus escritos, vocês são pedras no caminho, impedem que eu viva minha própria vida. Pensam que são superiores demais, mas veja só você aqui. Ajoelhando-se diante de mim e ainda assim querendo me ensinar a viver. Você nunca saberá nada sobre a vida, você é apenas uma formiguinha promíscua. Você faz qualquer coisa é? Então se deite de bruços e fique com o seu rosto voltado para o chão.
- Sim, sim, qualquer coisa para não morrer! -  respondeu eufórica a mulher enquanto deitava-se obedecendo as ordens.
Ele se aproximou dela, inclinou levemente sua cabeça para a direita observando-a, segurava a marreta ensanguentada com a mão direita, deixando um rastro de gotas vermelhas no piso branco da casa. Ele segurou a ferramenta com as duas mãos, ergueu-a no ar e a fez descer violentamente contra o crânio da mulher. Lacerando os ossos, fazendo um som de madeira sendo quebrada entrar em contraste com o heavy metal e sangue escorreu sobre o chão.
Ele se abaixou usando a marreta como apoio, olhou dentro do crânio perfurado e sorriu.
- Esmaguei sua pequena cabecinha, senhora formiguinha. – falou ele fazendo uma voz e uma careta infantil, imitando uma criança que se diverte com um presente recém recebido - E veja, sua cabeça é oca! Como eu imaginei. Sabe formiguinha, hoje meu objetivo de vida era apenas esse. Esmagar suas pequenas cabecinhas vazias e inúteis. Pelo menos como adubo vocês servirão para alguma coisa não é? – disse ele gargalhando e caindo sentado, não conseguindo conter seu ataque de risos. – Vocês desrespeitaram meus pequenos e amados livros, os mataram com o fogo infernal de sua maldita festa, fazendo isso vocês destruíram uma parte de mim. Acabaram com a maior parte do meu “eu”, com a minha existência. Assim sendo, só me restou a vingança, pois todos cometeriam vingança em prol de quem eles amam! – Levantou-se e acertou mais doze marretadas no corpo da mulher. Costelas, braços e pernas foram quebrados. – Uma morte deformada para você! Que tanto deformou a minha vida!
. . .

Três horas antes...
Fogo flamejava fortemente na churrasqueira de tijolos, as gargalhadas alcoólicas ecoavam pelo ar noturno. Uma névoa pairava sobre o ar gélido que fazia todos os seres urbanos se esconderem em algum recanto aquecido.
- Ei! Seu escritor! Legal você finalmente fazer uma festa para nós. Pena que você fica só com essa conversa ridícula sobre como viver e como realmente tornar a vida útil. – Falou um ser arrogante embriagado e tomando cerveja com canudinhos. – Mas isso aqui pode ficar melhor sabe. Temos todas as mulheres e as cervejas, mas o fogo ainda está baixo.
- Precisamos queimar alguma coisa! – respondeu outro gargalhando.
- Já sei! – Respondeu o primeiro. – Vamos, me ajudem, segurem o doutor escritor!
- O quê? – Indagou o escritor, enquanto outros quatro o seguravam ele deitado no chão. Ele tentava se livrar deles, e eles só o pressionavam ainda mais contra a grama molhada por cerveja.
O primeiro entrou na residência, seguido por algumas mulheres, não tardou e retornaram com dezenas de livros em suas mãos. O escritor arregalou os olhos, assustado por ver sua progênie de papel sendo tratada com tanta falta de educação, seus olhos se encheram de lágrimas, seu rosto ficou vermelho de raiva com veias dilatas enquanto ele gritava desesperadamente tentando salvar seus amigos de todas as horas.
- Qual é problema escritor, é apenas um monte de papel velho e empoeirado, você pode viver sem isso. – Disse sorrindo sarcasticamente uma mulher que já ia arrancando as páginas dos livros e jogando-as no fogo.
- Cale-se! Você não sabe o que diz, você não sabe o que faz! Soltem-me! Parem com isso! – Berrou o escritor. O fogo iluminava a escuridão tornando-se cada vez mais intenso, conforme mais e mais livros eram adicionados àquela fornalha demoníaca. Quando o genocídio literário estava encerrado, acertaram um soco na boca do estômago do escritor, despejaram cerveja sobre ele e o deixaram caído no chão. Sendo xingado por todos ali presentes que o desprezavam por não agir como as grandes massas.
O escritor levantou-se tremendo de raiva, perdera todos os bens materiais mais valiosos que ele possuía. Foi até os portões da sua casa, trancou todos eles e escondeu as chaves, depois se dirigiu até o seu porão, não sabia ao certo o que faria, nem o que procurava. Talvez ele quisesse transformar em realidade algum de seus contos de terror, aquele som remixado e os berros daquelas mulheres o deixavam ainda mais irritado. Aqueles malditos que o surraram e o torturaram com a destruição de seus bens precisariam pagar. Ele já tinha muito desgosto acumulado em sua vida, livros não vendidos, ausência de leitores, algumas de suas obras haviam tido a participação negada em antologias e editoras. Tudo parecia estar vindo à tona naquele instante. Todos sentiriam a dor que ele vinha sentindo há muitos anos. Então ele viu num canto de seu porão aquela marreta. Foi até ela e segurou-a firmemente, como se aquela ferramenta passasse alguma forma de energia e força para ele, funcionando como um talismã.
Saiu do porão para o interior da sua casa, uma mulher estava indo nua para o banheiro enquanto vomitava pelo chão da casa todas as bebidas alcoólicas que ela havia tomado. Ela estava drogada com álcool, afinal seja lícita ou ilícita, drogas são todas iguais, apenas uma forma das pessoas temerosas escaparem um pouco da realidade. Ele caminhou até ela.
- Você está bem? – Perguntou ele.
Ela virou-se sorrindo para ele, toda a parte frontal do corpo dela e os cabelos estavam sujos com vômito amarelado. O escritor se enojou daquelas pessoas ainda mais tendo essa visão diante de si. Num chute jogou-a para dentro do banheiro, entrou e trancou-se lá com ela. A mulher tentava se levantar do chão, segurando o corte que se formou na testa quando com o chute ela bateu com a cabeça na pia. Sangue escorria na lateral esquerda do rosto dela.
A luz fluorescente iluminava os pisos pretos e brancos do banheiro. O escritor ficou de pé sobre o vaso sanitário, a mulher estava sentada no chão diante dele.
- Cara – disse a mulher – saia do vaso sanitário, eu preciso vomitar.
- É claro! – respondeu o escritor, segurando a marreta com a mão direita e apoiando-a atrás do pescoço, curvando-se levemente para a frente com um sorriso no rosto e coçando o próprio queixo com a mão livre – Responda-me algo antes, você já jogou golfe? Eu nunca joguei. Mas no momento eu tive uma vontade incrível de conhecer esse jogo. Incrível ver aquela linda bolinha branca voando pelos ares após ser golpeada pelo taco rígido de metal!
- Nunca joguei, cara, agora me deixa vomitar em paz.
- É claro, senhorita tudo-que-eu-quero-é-vomitar! Apenas me deixe terminar a minha partida de golfe e você poderá fazer o que você quiser. – Ele retirou a marreta do pescoço, segurou-a como se segura um taco de golfe, posicionando ao lado da cabeça da mulher, calculando a jogada como um jogador profissional. Ela alternava olhares entre a marreta e o vaso sanitário. Quando a última coisa que ela viu foi a marreta indo violentamente contra a lateral de seus crânio, arremessando-a para o lado, um pedaço de crânio bateu contra o vidro da janela, ricocheteou contra a parede e caiu dentro da pia. – Viu só senhorita! Ponto para mim! Acertei a minha jogada! Quem é o melhor agora?
. . .

Tempo atual...
E assim, pessoa após pessoa, eu fui mostrando para aquelas formiguinhas como um escritor em fúria pode ser superior a eles. Ah! Sim! Eu escrevia melhor do que eles, eu vivia melhor do que eles e quem diria, ninguém naquela festa jogava golfe como eu! Quantas cabeças voaram como pequenas e lindas bolinhas brancas! Foi uma noite emocionante, exceto pela perda de minhas preciosidades literárias.
Eles pensaram que nós escritores vivemos apenas em nossas imaginações, afogando-se em letras e frases. Dizem que perdemos nosso tempo, que ficaremos loucos de tanto ler e escrever. Afirmam que isso não é aproveitar a vida, o que sabem eles sobre isso? Nós, escritores, ao menos deixaremos alguma contribuição útil para as futuras gerações, tentamos fazer algo para melhorar a cultura pútrida de nossa sociedade e ninguém joga golfe com crânios tão bem quanto nós! Ah! Sim! Isso não há como discordar!
Aqueles cordeirinhos, mal sabem o lobo que há cá dentro. Agora veja, todos esses corpos estendidos em meu quintal com seus crânios estourados, bastou uma leve batida de marreta para espalhar massa encefálica por todos os lados. Eles destruíram uma parte significativa da minha vida, a transformaram em cinzas, só me resta agora queimar esses corpos, destruí-los como eles destruíram meus livros. Eles irritaram um escritor e isso é algo que ninguém deve fazer. Ou poderá sofrer as devidas consequências.


quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Viver...


As turbulências da vida
Esta viagem tão inconstante
Cada passo sufocante
Afundando em agonia
As mãos infernais
Puxam-me para baixo
Curvando-se diante da cova
Um cadáver me observa
Envolto em vermes antigos
Me observa

Com a escuridão do que um dia
Foram olhos verdes
Um reflexo de mim mesmo
Apodrecendo
A lápide marca a data final
Mas estou cego para ela
Uma data oculta
Indefinida e apagada pelo tempo
A data que não saberei
Nasci, logo morrerei

sábado, 14 de julho de 2012

Passos

A morte me estendeu sua mão
Longos e gélidos dedos
Acariciavam minha face desalmada
Enquanto lágrimas percorriam o espaço
Que se estendia entre meus olhos e o abismo
 
Mais um passo, mais um ano
Rumo à morte que me espera
Oculta por detrás do manto negro
De cada noite que se desfaz
Oculta pela luz do dia
Que nos encanta com falsas ilusões
Sonhos que se desfazem
Feito névoa matinal
Diante do fogo solar
Queimando tudo em seu caminho
Carbonizando a vida
Antes do retorno
Do manto gélido da noite

As garras afiadas da morte
Perfuram meu coração
Estacas gélidas
Uma última convulsão
Um último suspiro
O adormecer eterno

A vida
Uma névoa que se desfaz
Diante do fogo do inferno

sábado, 8 de outubro de 2011

Anjos queimando, anjos morrendo (Angels burning, angels dying)

As penas queimam em chamas
Esquentando o mundo a todo dia
Os anjos apodrecem com suas asas flamejantes
Só resta ao povo se alimentar
Das podridões sacras que emergem do fogo
Carbono reestruturado e intoxicante
Tudo isso é nauseante

Levam os anjos ao fogo
Mantenham as chamas acessas
Queimando dentro de nós
O ódio fervilha diante da estupidez
Desgastando as sustentações existenciais
Divindades mortas de nada servem
E nós matamos a nossa há muito tempo
Agora vagamos livres pelo cosmos
A responsabilidade recaiu sobre nossas costas
Cresçamos, pois Papai morreu
Sem mais falsas justificativas para calamidades
Já temos a razão para entendermos
A profunda realidade de nossos atos

Os anjos queimam em nosso fogo
Iniciamos esta combustão
E vamos consumar nossa fornalha
Destruindo as tolas realidades alternativas
Pois só há uma significativa
Além de qualquer força imaginativa
Já ouço os ossos angelicais se quebrando
Pregos cravados na madeira
Prendendo a carne
De criaturas imaginárias



English version...

The feathers burn in flames
Warming the world every day
The angels rot with their flaming wings
Only remains to the people feed
Of the sacred rottenness that emerge from fire
Carbon restructured and intoxicanting
All this is sicking

Lead the angels to fire
Keep the flames burning
Burning inside of us
The hate simmers against stupidity
Destroying the existential supports
Dead deities are useless
And we kill our god a long time ago
Now we wander free through the cosmos
The responsibility fell on our backs
Grow, because Dad died
No more false justifications for disaster
We have the Reason to understand
The deeper reality of our actions

Angels burn in our fire
We began this combustion
And we will consummate our furnace
Destroying the foolish alternative realities
Because there is only one significant
Beyond any imaginative force
I already hear angelical bones breaking
Nails spiked into the wood
Holding the flesh
Of imaginary creatures


 

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Empalado

Poema do livro Antropophagya Addendum.

Ele estava no alto
Observando a multidão
Que o rodeava
Estava debatendo as mãos
E também as pernas
Como se tentasse voar
Mas não retornaria ao chão
Pelo menos não tão cedo
Estava empalado
Aquela longa haste de madeira
Violava seu corpo
Em tons alternados
De lentidão e violência
Avançava
De um extremo a outro
Abrindo um caminho destrutivo
Entre as visceras de seu corpo
Ele gritava, arfava e se debatia
A população gritava e sorria
Ah! Que cena! Que doce agonia!
Quando mais se movia
Muito mais rápido sofria
Logo seu tempo acabaria