segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Lamaçal

Salgadas são as lágrimas
Que escorrem em minha face
Olhos cegos
Destruídos, lacerados

Vertentes de sangue
Em minha pele rasgada
Lágrimas e sangue se misturam
Diluem-se, dissolvem-se

Um grito na escuridão
Um choro na solidão
Mais um esquecido
Morrendo em algum canto
Perdendo-se em abismos mentais
Nos quais ninguém deveria entrar
Se quiser sair com plena saúde mental

Perdendo-se em lamúrias
Afundando na lama
Sem conseguir ver o que há acima dela
Vendo a podridão por todos os lados
Sem saber que acima há vida
É difícil se livrar da sujeira
E das angústias suicidas
Quando se vive imerso num lamaçal