sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Devaneio solitário

Por detrás de todo sorriso
Oculta-se a escuridão
O sofrimento que se mantém na mente
Só é aliviado com o flagelo da dor
A vida é um grande lamaçal
A cada passo se afunda ainda mais
Rumando para a asfixia infernal
É conviver com as pessoas
E ainda assim permanecer sozinho
É a loucura que se espalha na mente
Apenas mais um tolo ser vivente
Assim como a paixão diariamente torturada
Assim como a palavra que ficou estagnada
Vácuo constante que ocupa a alma inexistente
Existe apenas carne, sangue e ossos
Deliciosos quando corretamente preparados
E conexões neurais
Criadoras de todas as crenças cerimoniais
Nada suprime a constante solidão
Um autômato, assim parece toda ação
No fundo, não somos ninguém
E ninguém se importa
Com aquele que no humor está aquém
Para os outros é apenas mais um alguém
Ninguém nunca saberá o que se oculta
Nos recantos de cada mente imunda
Apenas mais um tolo descartável
Apenas mais um humano reciclável
Calma e lentamente
Parece que as ideias se afastam
Para longe de toda a realidade
Buscam o caminho da atrocidade
Arrebentando a pele com atrito
Doce ilusão do livre-arbítrio
Doce ilusão de com tudo acabar
Sentir cada verme na pele a rastejar
Sentir cada bactéria na carne se multiplicar
A terra infiltrando-se no corpo decomposto
O cheiro de mais um que da vida foi deposto
Tudo baseado em seu insano pressuposto

Nenhum comentário:

Postar um comentário