A lâmina certeira e rápida
O pescoço cortou-me
Um machado que trepida
Que a vida roubou-me
E onde você estava?
Ó aquela que me iluminou
Com a qual o saber eu compartilhava
Lembranças foi o que me restou
Agora minha cabeça jaz caída no chão
Contempla esta nobre visão
Vejo meu próprio corpo, parece distante
Tremendo em espasmos
Rios de sangue nascem
Do local que prendia minha cabeça
Tento me mover
Não há nada que me obedeça
Acho que perdi a cabeça
quinta-feira, 6 de agosto de 2009
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òtimo! Ao mue ver tem um toque legal de sarcasmo com ironia. Isso pelo fato do personagem no final achar que perdeu a cabeça...Sim, ele perdeu a cabeça, mas ainda não se deu por conta. E, o visual que fica pra mim é de literatura fantástica, algo como o Conan!
ResponderExcluirTe indiquei pra participar de um selo, se tiver interesse dá uma passada nesse link:
http://mundodarkness.blogspot.com/2009/07/selos-e-memes.html
Um abraço!
Lembrei de um texto do Raul Seixas: "Metrô Linha 743", tem uma história parecida, só que mais atual.
ResponderExcluir* Metrô Linha 743.
Composição: Raul Seixas.
Ele ia andando pela rua meio apressado
Ele sabia que tava sendo vigiado
Cheguei para ele e disse: Ei amigo, você pode me ceder um cigarro?
Ele disse: Eu dou, mas vá fumar lá do outro lado
Dois homens fumando juntos pode ser muito arriscado!
Disse: O prato mais caro do melhor banquete é
O que se come cabeça de gente que pensa
E os canibais de cabeça descobrem aqueles que pensam
Porque quem pensa, pensa melhor parado.
Desculpe minha pressa, fingindo atrasado
Trabalho em cartório mas sou escritor,
Perdi minha pena nem sei qual foi o mês
Metrô linha 743
O homem apressado me deixou e saiu voando
Aí eu me encostei num poste e fiquei fumando
Três outros chegaram com pistolas na mão,
Um gritou: Mão na cabeça malandro, se não quiser levar chumbo quente nos cornos
Eu disse: Claro, pois não, mas o que é que eu fiz?
Se é documento eu tenho aqui...
Outro disse: Não interessa, pouco importa, fique aí
Eu quero é saber o que você estava pensando
Eu avalio o preço me baseando no nível mental
Que você anda por aí usando
E aí eu lhe digo o preço que sua cabeça agora está custando
Minha cabeça caída, solta no chão
Eu vi meu corpo sem ela pela primeira e última vez
Metrô linha 743
Jogaram minha cabeça oca no lixo da cozinha
E eu era agora um cérebro, um cérebro vivo à vinagrete
Meu cérebro logo pensou: que seja, mas nunca fui tiete
Fui posto à mesa com mais dois
E eram três pratos raros, e foi o maitre que pôs
Senti horror ao ser comido com desejo por um senhor alinhado
Meu último pedaço, antes de ser engolido ainda pensou grilado:
Quem será este desgraçado dono desta zorra toda?
Já tá tudo armado, o jogo dos caçadores canibais
Mas o negócio aqui tá muito bandeira
Dá bandeira demais meu Deus
Cuidado brother, cuidado sábio senhor
É um conselho sério pra vocês
Eu morri e nem sei mesmo qual foi aquele mês
Ah! Metrô linha 743
Grande Raul, conheço esse som dele! É parecido mesmo!
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