Como uma mordida que a pele dilacera
Assim é para o encéfalo que a liberdade descobre
Encontre-se com a morte que já te espera
Ontem tu eras como o escravo que logo morre
Sob o manto do teu senhor você dormia
Mas veja como você sofria
Agora você possui a acolhedora liberdade
E teu pensamento ecoará pela eternidade
Não precisas mais dos teus louvores
Eles não servem nem mesmo aos sofredores
Tudo que você precisa é raciocinar
Então perceberás que nenhuma divindade
Poderá de alguma forma te castigar
Na ciência e na filosofia poderá aliviar
Todas as tuas dúvidas e temores
domingo, 30 de agosto de 2009
sábado, 29 de agosto de 2009
terça-feira, 18 de agosto de 2009
Antropofagia V
Entre a vida e a morte
Devore a carne que lhe entrego
Fornecedor do ovário materno
Usurpador do testículo paterno
Despedaçando com o machado
Cada naco carnal a ser devorado
Beba deste sangue adorado
O banquete continua avançando
A ampulheta da vida continua rodando
Vermelho é a cor do amor
Vermelho é a representação da dor
Consternação lamentosa
A substância viscosa
Que escorre de teu ventre
Santo aborto
Da carne embrionária
Desta mulher centenária
Digerindo-a e absorvendo-a
Vil criatura placentária
Vítima sanguinária
Devore a carne que lhe entrego
Fornecedor do ovário materno
Usurpador do testículo paterno
Despedaçando com o machado
Cada naco carnal a ser devorado
Beba deste sangue adorado
O banquete continua avançando
A ampulheta da vida continua rodando
Vermelho é a cor do amor
Vermelho é a representação da dor
Consternação lamentosa
A substância viscosa
Que escorre de teu ventre
Santo aborto
Da carne embrionária
Desta mulher centenária
Digerindo-a e absorvendo-a
Vil criatura placentária
Vítima sanguinária
domingo, 16 de agosto de 2009
Autoflagelo
Cada lágrima que escorre
É um pouco da vida que morre
É o tempo que passa
É a lâmina cortante
Que em meu pescoço
Encontra um ninho
É o fogo que queima
Faz minha pele ferver
Tudo parece se perder
São meus ossos
Que com o martelo
Eu esfacelo
São os meus pensamentos
Que insistem em me lembrar
Assim me fazem lamentar
A vida é uma queda
Num abismo de escuridão
A realidade é mera alucinação
A morte é a única razão
É um pouco da vida que morre
É o tempo que passa
É a lâmina cortante
Que em meu pescoço
Encontra um ninho
É o fogo que queima
Faz minha pele ferver
Tudo parece se perder
São meus ossos
Que com o martelo
Eu esfacelo
São os meus pensamentos
Que insistem em me lembrar
Assim me fazem lamentar
A vida é uma queda
Num abismo de escuridão
A realidade é mera alucinação
A morte é a única razão
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sexta-feira, 14 de agosto de 2009
Reflexos
No espelho você vê
Seu reflexo impreciso
Sua vida é um reflexo
Da morte que o espera
Sua morte é um reflexo
Das escolhas de sua vida
Uma imagem distorcida
Sentimentos sem nexo
Agonia enclausurada
Uma morte despedaçada
Uma vida inacabada
Seu reflexo impreciso
Sua vida é um reflexo
Da morte que o espera
Sua morte é um reflexo
Das escolhas de sua vida
Uma imagem distorcida
Sentimentos sem nexo
Agonia enclausurada
Uma morte despedaçada
Uma vida inacabada
quarta-feira, 12 de agosto de 2009
Presença da Morte
A cada dia que passa
O tempo segue seu rumo
Quanto mais ele avança
Parece que mais eu me aprumo
Aumentando o furo dessa lança
Que meu coração transpassa
Em sua presença
É como se o mundo parasse
Somente o momento importa
Para esse demônio que renasce
Que bate em minha porta
Em sua presença
O frio do inverno não faz efeito
É inexistente, insignificante
Pois o fim jaz em meu leito
Neste momento torturante
Esmagas o meu coração
O sangue escorre pelo chão
Das palavras ditas todas ecoam
Marcadas pela eternidade
Em universos alheios elas ressoam
Até que o tempo deixe de ser tempo
O tempo segue seu rumo
Quanto mais ele avança
Parece que mais eu me aprumo
Aumentando o furo dessa lança
Que meu coração transpassa
Em sua presença
É como se o mundo parasse
Somente o momento importa
Para esse demônio que renasce
Que bate em minha porta
Em sua presença
O frio do inverno não faz efeito
É inexistente, insignificante
Pois o fim jaz em meu leito
Neste momento torturante
Esmagas o meu coração
O sangue escorre pelo chão
Das palavras ditas todas ecoam
Marcadas pela eternidade
Em universos alheios elas ressoam
Até que o tempo deixe de ser tempo
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sexta-feira, 7 de agosto de 2009
Ao cair da noite
A noite avança
Com sua lança
Sobre o dia
E quem diria
Parece uma fera
Tal qual uma pantera
Agarrando os desavisados
Desiludindo os apaixonados
A noite não espera ninguém
Para fagocitar o mundo ela advém
A luz foge perante o escuro soturno
Oriunda do Sol, foge para o colo de Saturno
Bailam no espaço os fótons
Através da imensidão do universo
Entre elétrons, nêutrons e prótons
Que colidem neste verso
Compondo toda a matéria
Nesta noite deletéria
Imensamente melancólica
A luz contorceu-se em sua cólica
Com sua lança
Sobre o dia
E quem diria
Parece uma fera
Tal qual uma pantera
Agarrando os desavisados
Desiludindo os apaixonados
A noite não espera ninguém
Para fagocitar o mundo ela advém
A luz foge perante o escuro soturno
Oriunda do Sol, foge para o colo de Saturno
Bailam no espaço os fótons
Através da imensidão do universo
Entre elétrons, nêutrons e prótons
Que colidem neste verso
Compondo toda a matéria
Nesta noite deletéria
Imensamente melancólica
A luz contorceu-se em sua cólica
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quinta-feira, 6 de agosto de 2009
Vermes
Os vermes que a terra permeiam
Na qual agricultores semeiam
Devoram a matéria e a podridão
Da qual coisas novas se originarão
Da semente plantada
Uma nova vida será cultivada
Que poderá ser boa ou ruim
Tudo depende do que você faz, enfim
Os vermes da morte e da vida
Dependem das escolhas por você decidida
Escolha qual será seu fim
Na qual agricultores semeiam
Devoram a matéria e a podridão
Da qual coisas novas se originarão
Da semente plantada
Uma nova vida será cultivada
Que poderá ser boa ou ruim
Tudo depende do que você faz, enfim
Os vermes da morte e da vida
Dependem das escolhas por você decidida
Escolha qual será seu fim
Decapitado
A lâmina certeira e rápida
O pescoço cortou-me
Um machado que trepida
Que a vida roubou-me
E onde você estava?
Ó aquela que me iluminou
Com a qual o saber eu compartilhava
Lembranças foi o que me restou
Agora minha cabeça jaz caída no chão
Contempla esta nobre visão
Vejo meu próprio corpo, parece distante
Tremendo em espasmos
Rios de sangue nascem
Do local que prendia minha cabeça
Tento me mover
Não há nada que me obedeça
Acho que perdi a cabeça
O pescoço cortou-me
Um machado que trepida
Que a vida roubou-me
E onde você estava?
Ó aquela que me iluminou
Com a qual o saber eu compartilhava
Lembranças foi o que me restou
Agora minha cabeça jaz caída no chão
Contempla esta nobre visão
Vejo meu próprio corpo, parece distante
Tremendo em espasmos
Rios de sangue nascem
Do local que prendia minha cabeça
Tento me mover
Não há nada que me obedeça
Acho que perdi a cabeça
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quarta-feira, 5 de agosto de 2009
Caminhos
Quem saberá
O que o futuro nos reservará?
Seguimos pelo caminho comum
O mesmo que todos seguem
Caminhos pré-estabelecidos
Se seguires caminhos já traçados
Previamente determinados
O seu fim será o mesmo fim
Que outros já provaram
Fato que não há como mudar
Talvez um ato, ou suas escolhas
Possam mudar seu trajeto
Tornando-o mais sinuoso
Tortuosamente
Mais curto ou mais longo
Mudando, quem sabe
A época ou a forma
Que você encontrará seu fim
O mesmo fim será também para mim
O que o futuro nos reservará?
Seguimos pelo caminho comum
O mesmo que todos seguem
Caminhos pré-estabelecidos
Se seguires caminhos já traçados
Previamente determinados
O seu fim será o mesmo fim
Que outros já provaram
Fato que não há como mudar
Talvez um ato, ou suas escolhas
Possam mudar seu trajeto
Tornando-o mais sinuoso
Tortuosamente
Mais curto ou mais longo
Mudando, quem sabe
A época ou a forma
Que você encontrará seu fim
O mesmo fim será também para mim
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domingo, 2 de agosto de 2009
Retorno ao lar
As trevas que se ocultam
Ao raiar do sol
Escondem-se em todos os recantos
Quebrando todos os encantos
Não há nada mágico
Que componha a natureza
Ela simplesmente é
Aquilo que foi selecionada para ser
Para nos alimentarmos
Causamos a morte
Tornando o individuo mais forte
Da matéria inerte, mas reagente
A vida surgiu
E da matéria inerte
A cadeia trófica se sustenta
Átomos que são transportados
De um ser para outro
Da morte nos originamos
E ela nos amamenta
De seu leite materno tomamos
Apesar de ser ela que nos atormenta
Para ela retornamos
Como um filho que retorna ao lar
Após uma breve ausência para viajar
Ao raiar do sol
Escondem-se em todos os recantos
Quebrando todos os encantos
Não há nada mágico
Que componha a natureza
Ela simplesmente é
Aquilo que foi selecionada para ser
Para nos alimentarmos
Causamos a morte
Tornando o individuo mais forte
Da matéria inerte, mas reagente
A vida surgiu
E da matéria inerte
A cadeia trófica se sustenta
Átomos que são transportados
De um ser para outro
Da morte nos originamos
E ela nos amamenta
De seu leite materno tomamos
Apesar de ser ela que nos atormenta
Para ela retornamos
Como um filho que retorna ao lar
Após uma breve ausência para viajar
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