quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Vida 2



O céu se estende ao horizonte
Venho de não sei onde
Percorrendo estas terras
Rumo a um algum destino
Vago durante Eras
Carregando a vida comigo
Fugindo de algum inimigo

Carrego comigo os vermes helmintos
Ainda bem que não são platelmintos
A dor suga-me as forças
Tudo que vejo na estrada são forcas
Corpos dependurados
Até parecem estar defumados
Mas certamente estão sendo devorados
Pelos carniceiros deste local
Ah! E eu também sou um animal
Um filho desta terra
Selecionado ao longo de cada Era

Só procuro o céu além do horizonte
Mas por mais que ande
Sempre volto para o lugar de ontem
Onde encontro a mesma dor atordoante
Da ignorância humana
De quem não sabe como se ama

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Vida


E da forma como veio também se foi
Iniciou e terminou
Veio em meio às dores e ao choro
Assim também se foi
Em meio ao choro e às dores
Quando chegou havia flores
Quando se foi também levaram flores
Mas todas com diferentes odores

A vida
Veio e se foi
Foi e veio
Em ciclos infindos
Ao longo de uma constância caótica
Onde nem tudo depende da ótica
Formando em uma sopa primordial
Aminoácidos, proteínas
Desfazendo-se em uma sopa fétida
Outras substâncias e algumas enzimas

A química te fez
O tempo te desfez
Moldados pela evolução
Nos ciclos e sequências de rotação
Da Terra que persiste na universal escuridão