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De dentro das
catacumbas leviatânicas
Um sopro de
inverno dos mortos que ascendem
Dançam
alegres bebês
Enforcados em
seus cordões umbilicais
Ao som de
estupros necrofílicos
Sou um
cadáver que te banha em podridão
Eis me aqui
jogado ao chão
O senhor dos
Céus caiu por terra e morto agora ele jaz
Reino de
mentiras que chega ao fim
A estrela da
manhã renasce... brilhe! Viva!
Por detrás
dos montes da vida chegam as luzes da verdade
Queimando as
vidas dos cordeiros cegos
Contorcionistas
das dores
Retorcem-se
sobre suas covas coletivas
Ubi dubium
ibi libertas... assim proclamaremos!
Preparamos a
exumação
Daquilo que
não deveria retornar
Mas em todos
os corações há de sempre estar
Meu coração
já não pulsa... é gelo, é escuridão
É teu fim
certo, lento e sofrido
Névoas da
escuridão rodeiam minha inexistência
Enquanto
cinzas quentes queimam tua vida fraca
Você brinca
com teu coração pulando sobre uma faca
E quando se
der conta não saberá qual o teu berço
Será abortado
de teu quente lar
Na cova coletiva
de todos os não-vivos
Ali
eternamente teus restos permanecerão
Em meio ao vazio e ao nada... apenas silêncio e escuridão