E vejo o sangue derramado
Sobre o sonho desvairado
A bile e o vômito se espalham sobre o corpo
Escorrem do organismo para um mundo distópico
Mas a vida não é para uso tópico
Em um último espasmo
A pele sendo dilacerada
Com a dor percorrendo a coluna vertebral
Um corte, liberando o odor visceral
Da ignorância que abunda dentro de cada um
Numa sociedade que ruma para lugar nenhum
Todos querem sempre mais para si
Mas quando perto um do outro
Querem a imagem perfeita do cidadão
Para não alterarem o seu status quo
E deseja-se então que todos sejam iguais
E quando os cadáveres
Abrem suas bocas para falar
Nada sai além de ar
Com o doce e pútrido aroma
Da decomposição social
Das deidades já mortas
Que contaminam o cotidiano
Tudo humano, demasiado humano
sábado, 20 de abril de 2013
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